quinta-feira, 27 de maio de 2010

O que é teatro?




Teatro é não ter vergonha de se mostrar, é soltar a imaginação. Mary Anne - 14 anos

Eu entendi muitas coisas tenho amigos no teatro vem na minha cabeça para fazer peças. Isabella – 12 anos

Eu entendo que teatro é fazer as pessoas ficar alegres expressar a alegria de diversas formas. Juan 16 anos

Eu entendo que o teatro comove as pessoas. Teatro expressa sentimentos, alegrias, tristezas, etc. Teatro me lembra novela porque ator vem do teatro. Nataniel – 16 anos

Eu entendo de teatro que a gente fica alegre, feliz com os omoristas e os personagens, Antonio Nunes games, palhassos. Teatro para mim é ser alegre e imitar umuristas. Alisson – 14 anos

Eu entendo de teatro que o teatro é para as pessoas aprenderem pras crianças o teatro é palhaço pintado as crinças e os adultos vendo e admirindo os palhaços. Amanda – 12 anos

Teatro é mostrar o que se sente sem medo, sem preconceito, com peças que inspiram sonhos que por cada dia parecem ser mais reais. Henrisson – 13 anos

Teatro é mostrar que se sabe fazer saber atuar. Bruno – 13 anos

Eu gosto de teatro porque La se atua e é muito legal porque se faz outras pessoas. Michael – 13 anos
Eu entendo : que agente vira outro personagem, se diverte e atua e fais humorístico. Gracimare – 13 anos

Eu entendo que é um espetáculo e que é muito bom, melhora a vida e deixa a vida mais alegre. Richard – 14 anos

Eu entendo por teatro que é muito bom vamos supor faz peças poder brincar e fazer ator. Andreza – 13 anos

Teatro é um personagem que atua. Franciele – 14 anos

quarta-feira, 26 de maio de 2010

O que fazer do tempo livre?




Às classes médias, especialmente à classe média baixa, esta realidade desumana reserva uma condição embebida de escárnio e frustração: impossibilitadas de subir na escala social, são induzidas a crer que através do trabalho esgotante e do uso útil e produtivo das poucas horas de tempo livre, alcançarão a piedade divina e o jardim do éden na outra vida que promete ser boa. As horas livres devem ser preenchidas com labores extras, cursos técnicos ou de especialização, igreja e, às mulheres, também as tarefas domésticas e a atenção à prole. Como o sistema tem rechas, estão autorizadas a passar os domingos frente à televisão.
As condições brutais de vida nos bairros pobres e, muitas vezes, nos locais de trabalho, não permitem o desenvolvimento de outros olhares sobre possíveis realidades e sobre si mesmos. Aos pobres, espaços e infra-estruturas igualmente pobres: o campo de futebol improvisado e a bola velha e murcha; as imitações piratas
e baratas e as múltiplas igrejas; a prole gigantesca e a bolsa família; os baixos salários e o vale transporte; os barracos na corda bamba e os bailes “funk”. Sintomas de uma enfermidade social e política, a impotência das instituições e dos sistemas de educação que foram seduzidas pelo discurso naturalizado da cultura da exclusão, do merecimento por casta e herança, da eleição divina, da discriminação e do preconceito.
Nesse sentido, a “educação para o uso adequado do tempo livre” adquire uma função educativa fundamental. É nos tempos não cotidianos que a pessoa pensa e se e se vê, reflete sobre sua condição e sua ação no mundo. É preciso aprender a fazer o tempo nos poucos tempos livres de modo livre e desinteressado.
E é ae que a ARTE em forma de TEATRO entra, para preencher uma lacuna na vida do indivíduo dando-lhe um suporte e uma chance de mudar o seu destino, de costruir uma nova história.

domingo, 23 de maio de 2010

SOBRE O PROJETO



O projeto “Quilombo” pretende desenvolver junto à comunidade do
Navegantes, com a sua participação efetiva e afetiva, especialmente da Central Única das Favelas (CUFA), a (re)educação para o uso adequado do tempo livre, inicialmente, como experiência piloto, através do Teatro.
O projeto tem por objetivo ter caráter permanente, isto é, de longo prazo, envolvendo estudantes e professores do curso de Teatro da UFPel e agentes da comunidade. Somente programas e projetos de educação e duração longa, têm a possibilidade de semear as transformações queridas: toda e qualquer ação deve considerar o ser humano que desejamos.
O teatro dissemina a reflexão que pode florescer como força transformadora de homens e mulheres que constituem e forjam as condições sociais. Pode ser um processo na formação humana que acentua o potencial humanista, desenvolve a consciência estética, crítica e ética. Não tem como finalidade mudar a realidade, senão mostrar, como a arte em geral, outras imagens que possibilitam a compreensão desta mesma realidade e, por conseqüência, pode vir a semear na consciência a decisão por transformar aquilo que é injusto e opressivo.
O fazer teatral é uma arte essencialmente coletiva, compartilhada, solidária e democrática. O teatro acolhe a vitalidade, o frescor e a novidade dos jovens das comunidades pobres, condições e privilégios que não se podem mitigar ou descartar. O ser humano que desejamos, talvez, possa começar a ser plasmado e compreendido a partir desta experiência.
Neste sentido, o teatro desenvolvido nas comunidades pobres traz o potencial de aprendizagem ética e de consciência estética como o grande desafio, a fonte do desenvolvimento da sensibilidade e do pensamento. As dimensões coletivas e democráticas no processo criativo, passam a compor a conduta do grupo e de cada um de seus integrantes. A responsabilidade social que amadurece no processo de desenvolvimento da pessoa, pode ser inteiramente assumida na mesma medida que se ampliam a consciência e a compreensão das ações e âmbitos humanos.
O teatro é uma grande escola de educação humana da e para a vida.

sábado, 22 de maio de 2010

A ESTRÉIA - 13 de maio de 2010.




Foi num dia 13 de maio, marcado pela abolição da escravatura, que as crinças do projeto Quilombo teatro às favelas libertaram - se de sua timidez e fizeram sua estréia no palco.
O projeto é de inclusão , visa formar e educar as crinças e jovens inserindo-os no mundo do teatro.
Foi criado acerca de um mês e meio pelos professores Paulo Gaiger e Fabiane Tejada e desenvolvido na comunidade do Navegantes por 9 acadêmicos do curso de teatro- licencitura.
O Quilombo faz parte do Programa Vizinhança da Pró - Reitoria de Extensão e Cultura da UFPel.
Os encontros acontecem no CRAS (Centro de ReferÊncia e Assistência Social) e na Escola de Ensino Fundamental Nossa Senhora dos Navegantes, tendo um total de 60 crianças, com idades de 10 a 16 anos, idade essa que os jovens se encontram em maior vulneabilidade.

sábado, 15 de maio de 2010

E FOI COM TAL PENSAMENTO QUE ENTREI NO PROJETO QUILOMBO: TEATRO ÀS FAVELAS (Dagma Colomby)

O mundo de Walter Salles, de Camilo de Lélis, do padre Marcelo, da Xuxa, do Boal, do Antunes Filho, do Paulo Gaiger, de Fabiane Tejada, do Maicom, do Mineiro, do Anderson, da Analice, da Jandira, da Lídia, da Gaby, da Ingrid e até o da Dagma , é o mesmo, apenas eles assinaram pactos diferentes.
Em se tratando de educação, formação de atores, talvez olhares de bondade e de indignação sejam caminhos bem mais difíceis, mas muito mais honestos e dignos de serem trilhados. Da minha parte, não pretendo assinar o pacto da neutralidade, nem usar as mesmas armas do meu opressor. Quero sempre acreditar que a bondade é algo que se constroi, que a forma de resistir é fazer um trabalho bom e comprometido, sem reforçar os códigos de opressão. Sei que nem sempre vou acertar, sei que uma vida é pouco para o muito que se tem a fazer, sei também que quando se faz pelos outros quem mais ganha somos nós mesmos. Sei que a vida se torna mais leve quando aprendemos a dividir, acariciar, apaziguar, abraçar e, mesmo que nos vejam como tolos e ingênuos, o mais importante é trilhar o caminho que julgamos ser o mais acertado, no meu caso, lutar para que se formem alunos e atores capazes de olhar para o mundo com bondade.